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Pablo Knopoff en Valor Económico – 8/8/2018

Ex-vice-presidente argentino é condenado por corrupção

Amado Boudou recebe pena de 5 anos e 10 meses de prisão

O ex-vice-presidente da Argentina Amado Boudou foi condenado ontem a cinco anos e dez meses de prisão pela aquisição irregular da uma gráfica de papel-moeda. O caso de corrupção se soma a uma série de detenções de executivos e ex-funcionários dos governos Kirchner nos últimos dias.

Boudou, de 55 anos, é a mais alta autoridade do kirchnerismo a ser condenada. O ex-vice-presidente de Cristina Kirchner é acusado de corrupção passiva e negociações incompatíveis com a função pública na aquisição de 70% da empresa Ciccone Calcográfica, na época em que era ministro da Economia, no primeiro mandato de Cristina Kirchner (2007 a 2011).

O tribunal determinou a prisão imediata de Boudou, aplicou-lhe uma multa de 90 mil pesos (cerca de US$ 3.200 dólares) e decretou seu impedimento perpétuo para exercer cargos públicos. A decisão foi em primeira instância e a defesa de Boudou ainda pode recorrer.

Boudou nega as acusações. “Jamais negociei eu mesmo ou por meio de terceiros o pacote de 70% das ações da Ciccone… a suposição de corrupção passiva não tem nenhuma sustentação nem vínculo com a prova porque não existiu”, afirmou pouco antes de a sentença ser pronunciada. “Os políticos que decidem transformar a realidade são perseguidos, inicialmente pela mídia e depois pelo sistema de administração das leis”, afirmou.

Com o ex-vice-presidente foram julgados cinco empresários e exfuncionários públicos, que receberam penas de prisão diferentes.

“Estamos diante de um caso inédito e de grande repercussão na política argentina”, afirma Pablo Knopoff, do Instituto Isonomía. Ele lembra que o ex-presidente Carlos Menem esteve em prisão domiciliar, mas nenhuma autoridade de alto escalão esteve atrás das grades na Argentina. “Para os argentinos tem um valor simbólico muito grande o ex-vice presidente ir dormir atrás das grades.”

Para Thomaz Favaro, diretor da Control Risks, a prisão do exvice-presidente mina ainda mais o capital político de Cristina. “As últimas denúncias de corrupção isolam ainda mais a ex-presidente dentro do peronismo, que deve sair em busca de um candidato mais competitivo frente a Macri na eleição de 2019”, afirma.

Favaro lembra que Boudou é a autoridade de alto escalão do governo Kirchner há mais tempo sob suspeita de corrupção. O ex-vicepresidente, no entanto, não é o primeiro funcionário dos governos Kirchner condenado. O ex-secretário de Obras Públicas José López, flagrado tentando esconder uma mala com dinheiro dentro de um mosteiro em Buenos Aires, e o exsecretário de Transportes Ricardo Jaime também foram condenados por corrupção e má gestão de recursos públicos. Ambos estão presos, assim como o ex-ministro do Planejamento Julio de Vido.

Knopoff chama atenção para a celeridade com que o processo de Boudou foi concluído. Vice-presidente entre 2011 e 2015, Boudou começou a ser investigado em 2012. Foi o primeiro vice-presidente da história da Argentina a ser processado no exercício do cargo. “Processos de casos de corrupção política são longos e muitos prescrevem”, diz. “A rapidez é algo bom, mas muito diferente do que era visto até então no país.”

Na segunda-feira, investigações sobre corrupção envolvendo autoridades entre 2005 e 2015 ganharam novo fôlego com delações premiadas. Ao menos seis executivos afirmaram à Justiça terem feito pagamentos a ex-funcionários dos governos de Néstor e Cristina Kirchner em troca de favorecimento em obras públicas.

“O contexto é positivo porque reflete o anseio por mudanças que levou parte dos eleitores a votar em Macri”, argumenta Knopoff.

Partidárias de Cristina apoiaram Boudou. “Força companheiro, a luta não termina”, tuitou a deputada Cristina Britez. Já aliados de Macri comemoraram a condenação. “Hoje pode ser um grande dia: Boudou preso!”, escreveu a deputada Graciela Ocaña.

Boudou dificilmente ficará 5 anos e 10 meses preso. Se tiver bom comportamento ou o tempo em que esteve preso em 2017 for descontado, o tempo de prisão diminuirá.

 

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